De acordo com um estudo conduzido pela Gallup, apenas 27% dos profissionais brasileiros são ativamente engajados, enquanto 15% deles são ativamente desengajados – ou seja, contribuem para que as outras pessoas também estejam insatisfeitas com o espaço de trabalho. Nesse sentido, é papel das empresas buscarem por alternativas que permitam uma melhoria desse cenário: e a política de benefícios funciona como uma importante aliada.
Ela influencia tanto na retenção quanto na atração de talentos do mercado, o que se torna um diferencial competitivo para a organização, especialmente para cargos mais estratégicos e de maior complexidade. Por essa razão, elaboramos este material para que você entenda qual é a importância da política de benefícios e dicas para elaborar uma. Continue a leitura e saiba mais!
O que é a política de benefícios?
Primeiro, é importante entendermos do que se trata a política de benefícios. Nas empresas, também é chamada de plano de benefícios. Um dos seus principais objetivos é o de contemplar regras que envolvem os benefícios oferecidos aos colaboradores de um negócio. Ou seja, trará as principais normas que explicam sobre os direitos que os funcionários têm, qual é o período que eles podem usufruir desses ganhos, entre outros tópicos.
Existem duas possibilidades: a empresa pode criar tanto uma política de benefícios fixa que envolve todas as pessoas da empresa ou criar ainda a política de benefícios flexível, que trará regras mais específicas de acordo com a experiência das pessoas e da senioridade.
Não existe um modo certo para ser adotado. Vai depender das necessidades do negócio e o que seria mais vantajoso para a sua realidade.
Quais são os principais ganhos que a política de benefícios traz?
Agora que você já sabe o que é a política de benefícios, apresentaremos alguns dos principais ganhos que ela traz para a empresa. Entenda!
Aumento do engajamento do time
Conforme mencionamos, o engajamento no Brasil precisa de um empurrãozinho. Pessoas desengajadas tendem a criar um ambiente que reflete o desengajamento. Muitas vezes, um bom colaborador, motivado com as suas funções, pode ser impactado por alguém que não está satisfeito com as demandas da empresa. Nesse sentido, a empresa precisa buscar alternativas que refletem no aumento do engajamento como um todo.
Quando mencionamos sobre engajamento, porém, é importante que a empresa tenha em mente que é preciso oferecer além dos benefícios já comuns e obrigatórios (entende-se vale transporte, vale refeição, décimo terceiro salário, entre outros). Hoje, organizações que se destacam nesse sentido são aquelas que também oferecem a oportunidade de um happy hour, de criar espaços de entretenimento e integração, de oferecer folgas remuneradas de acordo com as regras previamente estabelecidas, entre outros.
Melhora a satisfação das pessoas
Pessoas engajadas naturalmente são mais satisfeitas em suas funções. Porém, para medir o quanto elas estão satisfeitas com a organização, trata-se de uma demanda mais difícil, uma vez que se refere a algo bem subjetivo. Para isso, é importante acompanhar indicadores que são impactados quando há insatisfação da empresa de modo geral.
Turnover, por exemplo. Se grande parte das pessoas está insatisfeita, consequentemente elas tendem a buscar por outras oportunidades no mercado. Dessa forma, é um índice que fica mais elevado. Da mesma forma o absenteísmo: afinal, insatisfação gera atrasos ou até mesmo faltas, pois a qualidade de vida no trabalho é impactada.
Melhoria do clima organizacional
Clima organizacional é a percepção das pessoas em relação às políticas, práticas e processos do negócio. Essa percepção está relacionada aos mais diversos aspectos de sua experiência, e a política de benefícios é uma delas.
Quando há a preocupação do negócio em oferecer diferenciais para que as pessoas estejam bem em seu espaço de trabalho, o clima organizacional é positivo, sendo mais um fator que impacta nas taxas de turnover e no absenteísmo.
Inclusive, essa é uma importante estratégia para entender como seus profissionais enxergam os benefícios que já são oferecidos pela empresa. Ao aplicar a pesquisa de clima, por exemplo, a equipe conta com um diagnóstico dessa percepção, o que contribui para que possa elaborar planos de ação em cima dos tópicos considerados defasados e de atenção.
Se a política de benefícios for considerada negativa pelos colaboradores, isso vai refletir no diagnóstico da pesquisa. Dessa forma, a organização pode alterar o que já é fornecido, visando melhorar a percepção das pessoas em relação a esse tópico em específico.
Imagem mais positiva da empresa
Tudo isso reflete diretamente em uma imagem mais positiva da empresa perante o mercado. Hoje, precisamos levar em conta que tanto a organização escolhe pelos seus profissionais quanto os profissionais optam por uma organização que atenda às suas expectativas e ofereça diferenciais em relação às outras empresas.
Existem, por exemplo, plataformas cujo objetivo é o de as pessoas apresentarem as suas percepções sobre alguns aspectos de sua experiência. Durante um processo seletivo, se o talento identifica que aquele negócio não traz tantos diferenciais, dificilmente ele dará prosseguimento, o que se torna negativo para a sua organização.
Como elaborar uma política de benefícios?
Conforme vimos, a política de benefícios oferece muitos ganhos para as empresas que a adotam. Por isso, apresentaremos dicas de como elaborá-la. Confira!
Considere o perfil da empresa
O primeiro passo para elaborar uma política de benefícios é o de considerar o perfil da empresa. De nada adianta trazer uma sala de jogos na estrutura física do negócio se as pessoas não consideram que esse seja um aspecto positivo para o dia a dia de trabalho (consequentemente, não frequentariam).
Além disso, também é importante que a equipe considere os seus objetivos para o futuro e os gargalos atuais. A imagem perante o mercado ainda é um empecilho para trazer novos talentos? No futuro, o seu negócio deseja ser visto como uma das melhores empresas para se trabalhar?
Ter esses aspectos bem definidos permitirá que a política mire essas metas, o que contribui para que a área de RH analise se as mudanças trazidas de fato refletem mudanças na rotina da organização.
Faça uma pesquisa com o time
Mencionamos sobre a pesquisa de clima organizacional, que tem como objetivo entender qual é a percepção das pessoas em relação às políticas de benefícios. Porém, nesse caso, estamos nos referindo a uma pesquisa mais direta. Aplique um formulário para toda a empresa com o objetivo de entender quais seriam os benefícios que de fato fariam diferença.
Estude, no mercado, algumas alternativas, de modo que a pesquisa implementada internamente seja mais focada. Entre eles, é possível oferecer:
vale-cultura;
parcerias com academias, que oferecerá descontos para a sua equipe;
bolsa de estudos;
viagem de incentivo;
premiações em datas comemorativas;
torneios internos; entre outros.
Estude a viabilidade financeira
Independentemente de qual seja a estratégia adotada pelo seu negócio, é importante que haja uma análise sobre a viabilidade financeira. Por essa razão, verifique qual seria o orçamento destinado para fornecer os benefícios analisados e avalie se isso não impactará negativamente a organização como um todo.
Existem benefícios, por exemplo, que não geram quase nenhum impacto para o caixa da organização. Oferecer um dia de folga no aniversário do colaborador é um bom exemplo disso – faz a diferença para a pessoa sem que tenha que destinar um valor específico para cumprir com essa demanda.
Além disso, estude a possibilidade de pagar parcialmente alguns tipos de benefícios. Convênios médicos é um bom exemplo. De qualquer forma, esses investimentos devem ser previstos no planejamento financeiro anual, que garantirá uma tomada de decisão mais acertada por parte dos Recursos Humanos.
Cuide de aspectos burocráticos
Qualquer estratégia que envolve custos com colaboradores é preciso considerar alguns aspectos burocráticos. Afinal, é preciso reportar esses gastos para a contabilidade, de modo que a empresa esteja em dia com a legislação e não deixe de declarar nenhum tipo de investimento.
Nesse sentido, é papel da organização analisar previamente como ficam as questões como desconto em folha, aquisições de cartões para benefícios (e as possíveis recargas), bem como definir as regras para cada um dos benefícios fornecidos para o time.
Entenda: suponhamos que vai oferecer folga para as pessoas no dia do aniversário. Dessa forma, antes de anunciar para toda a empresa, já elabore as possíveis dúvidas que colaboradores podem ter para que tudo esteja alinhado antes de começar a ser aplicado e usufruído pelo time.
Se a empresa fornecer bônus por ter cumprido alguma meta, também é importante que todos os aspectos relacionados à contabilidade já estejam solucionados antes de fazer o anúncio para o time, uma vez que tardar o envio desse diferencial para a equipe depois de já ter trazido algumas das informações pode gerar o efeito contrário (insatisfação).
Neste conteúdo, você pôde entender o que é a política de benefícios, quais são os diferenciais de oferecer uma, além de conferir dicas de como elaborar uma política com efetividade. Conforme vimos, o planejamento deve ser priorizado no momento de elaborar uma política como essa, uma vez que vai impactar diferentes setores (financeiro e RH, por exemplo).
Ao longo do material, mencionamos algumas vezes sobre rotatividade. Se deseja saber mais sobre o tema, continue no blog e acompanhe outro conteúdo que elaboramos!