Você sabe o que é deepfake? Com novas redes sociais surgindo a todo instante, “febres” também aparecem constantemente. De famosos da televisão à políticos, essa prática vem se tornando mais comum, uma vez que é uma maneira de fazer com que pessoas de diferentes realidades sejam inseridas em um contexto completamente diferente daquele que estávamos habituados a vê-la. Porém, a prática duplicou em menos de um ano. De 7.964 deepfakes para 14.698 vistas em canais diversos.
Para quem trabalha com análise de crédito que utiliza tecnologia visual para identificar seus clientes, esse pode ser um problema.
Por essa razão, elaboramos este material para que você entenda o que é essa prática que vem ganhando espaço na internet, o que diz a legislação sobre o tema, além de conferir como a tecnologia de biometria facial contribuirá nesse sentido. Continue a leitura e saiba mais!
O que é deepfake?
Conforme abordamos, são vídeos nos quais retratam pessoas em contextos que ela não vivenciou. Para produzi-los, os usuários utilizam a Inteligência Artificial, de modo que coloque o rosto de um indivíduo em específico em outro corpo. A prática ficou famosa no ano de 2017, quando começaram a utilizá-la com cunho pornográfico por meio de imagens de atrizes famosas.
Como funciona o deepfake? Para que o usuário consiga transferir o rosto de uma pessoa para o corpo de outra em situações diversas, existe a necessidade de conter um software, no qual será alimentado com vídeos, fotos e demais imagens sobre a pessoa em específico. Levando em consideração os famosos, independentemente do nicho, essa não é uma tarefa difícil, justamente pelo amplo acervo disponível na internet.
A partir dessas informações, a ferramenta vai adquirir características importantes, como a forma do rosto, o modo como ele se movimenta, entre outros pontos essenciais para reproduzir a situação.
Como é possível identificar uma deepfake?
Ao explicarmos sobre a importância de identificar uma deepfake, vamos além da realidade empresarial com as possibilidades de fraudes. Hoje, existe a necessidade de termos uma visão mais crítica sobre os conteúdos postados na internet, especialmente para discernirmos o que é ou não real. No caso da deepfake, de acordo com especialistas, existem traços humanos que a ferramenta não consegue imitar de maneira certeira.
Por essa razão, segundo profissionais, basta avaliar:
- piscadas de olhos;
- movimentos que sejam bruscos;
- borrões na imagem; entre outros.
No vídeo, ainda há a possibilidade de analisar a coloração da imagem. Caso ela não esteja coordenada com a movimentação da boca, por exemplo, é um sinal de que houve manipulação. Além disso, apesar de a tecnologia conseguir imitar bastante os traços humanos, eles não são tridimensionais. Nesse sentido, o rosto vai ficar como uma espécie de máscara em duas dimensões, trazendo um aspecto incômodo para o visual.
Os usuários, ainda, podem procurar na rede informações e vídeos sobre a pessoa em questão, como forma de comparar tanto as opiniões políticas quanto os traços realizados pelo indivíduo em específico. Por fim, ainda há ferramentas que visam justamente identificar manipulações – isso sem falar da necessidade de sempre conferir a origem do material visto, uma vez que ela diz muito sobre a veracidade ou não do conteúdo.
Há alguma legislação sobre as deepfakes?
Também é interessante entendermos sobre a legislação quando tocamos neste assunto, tão novo no mundo digital. O Brasil, por exemplo, ainda dá os primeiros passos no tema de proteção de dados do usuário. A LGPD, por exemplo, que está entrando em vigor, ainda carrega muitas dúvidas por parte das empresas, e um cuidado especial para que elas possam se adequar às normas da Lei.
Para juristas, ainda existem divergências se é possível utilizar leis já existentes ou se é preciso criar novos pontos que englobam especificamente essa realidade. Porém, o mercado como um todo e as grandes empresas contam com políticas próprias para combater as fake news e também evitar que esse tipo de situação possa prejudicar a reputação de usuários ou até mesmo interferir em determinada realidade (política, por exemplo).
Tanto o Google quanto o Facebook tomam atitudes isoladas para retirar conteúdos do ar e, consequentemente, combater a proliferação desses materiais. No caso do canal de busca, ainda há treinamento de profissionais para que eles possam identificar essas deepfakes e tomar as medidas cabíveis.
Novamente, destacamos sobre a necessidade de verificar qualquer tipo de informação online, seja em imagem, seja em vídeo. Assim, há menores riscos de compartilhar conteúdo falso e contribuir para os objetivos de quem age com má fé.
Por que as deepfakes são uma ameaça para segurança digital?
Afinal, as deepfakes são uma ameaça para a segurança digital? Seja qual for a informação disseminada com o objetivo de sujar a imagem de alguém ou até mesmo de fraudar algum tipo de processo, podemos considerar uma ameaça. No caso das deepfakes, conforme explicamos, não conta com imagens perfeitas. Há traços que não são imitados com precisão, o que contribui para identificarmos de maneira mais simples quando existe algo estranho.
Porém, principalmente as pessoas que não têm conhecimento sobre defesa cibernética, é um tipo de material que engana e pode contribuir para a proliferação de fake news. Existe a possibilidade, por exemplo, de a tecnologia ser utilizada como uma ferramenta política, fazendo candidatos “dizerem o que não disseram”.
E não precisamos estender essa nova realidade apenas para famosos. Há a possibilidade de criar vídeos de situações embaraçosas de qualquer pessoa. Ou seja, todos estamos sujeitos de sermos vítimas de deepfakes.
Deepfake e reconhecimento facial: qual é a relação existente entre eles?
Agora que já sabemos o que é deepfake, como identificá-los e a possível ameaça existente com essa ferramenta que tem se tornado “febre” na internet, chegou o momento de entendermos sobre a relação existente desse tema com o reconhecimento facial.
Com o reconhecimento facial cada vez mais em alta nas empresas, existe a possibilidade de essas imagens enganarem a tecnologia de segurança? Hoje, empresas que vendem essas soluções têm se preocupado cada vez mais em aprimorar as suas ferramentas. Ou seja, dificilmente uma deepfake conseguiria se passar por uma pessoa real.
Além disso, no caso da solução de reconhecimento facial, há a capacidade de identificar possíveis anomalias apenas pelo formato do arquivo, o que reduz consideravelmente os riscos de fraude.
Como a tecnologia de reconhecimento facial funciona?
A tecnologia de reconhecimento facial é um software que visa justamente mapear as características faciais de uma pessoa, contribuindo para que esses dados sejam armazenados como uma espécie de impressão facial. Nesse sentido, o negócio vai utilizar algoritmos que comparam a imagem real com a imagem armazenada, verificando a identidade do usuário.
É uma solução tão robusta que identifica cerca de 80 pontos nodais da face, reduzindo ainda mais os riscos de uma deepfake passar despercebida pela ferramenta. Entre os pontos analisados, destacamos:
- largura do nariz;
- distância entre os olhos;
- profundidade dos olhos;
- o formato da maçã do rosto;
- textura; entre outras características.
De forma resumida, o reconhecimento facial segue esse “passo a passo”:
- uma câmera vai capturar o rosto da pessoa – pode ser um equipamento simples, como o aparelho celular;
- o registro feito será encaminhado para o sistema;
- em seguida, o sistema vai fazer a leitura do rosto, identificando os pontos nodais;
- ao capturar essas informações, elas são codificadas em uma sequência numérica digital;
- essa sequência será uma espécie de identidade do indivíduo, anexada ao cadastro do usuário;
- é formada a identidade facial no sistema.
Quais as principais vantagens da tecnologia de reconhecimento facial?
As vantagens da tecnologia de reconhecimento facial, além de identificar deepfakes e reduzir os riscos de fraudes da empresa são muitas. Confira:
- prevenção de fraudes de identidade – conforme abordamos, elas identificam anomalias nas imagens, além de ser mais segura que um simples envio de documentação;
- oferece praticidade nas transações – especialmente para instituições financeiras;
- otimiza processos;
- redução de custos;
- melhorias para a experiência do cliente, uma vez que a análise de crédito é feita em um tempo mais curto que o tradicional.
Neste material, você pôde entender o que é a deepfake, quais os riscos que elas trazem, além de conferir um breve paralelo com a tecnologia de reconhecimento facial.
Se você gostou do assunto e deseja tirar mais dúvidas sobre o tema, entre em contato com a gente, converse com nossos profissionais e saiba mais!