Os impactos do quiet quitting são catastróficos para sua empresa. Aliás, esta tendência que faz a produtividade desabar também gera prejuízos gigantescos para a economia dos países, gerando um perigoso ciclo de resultados negativos.
Rapidamente, é necessário que o time de RH esteja por dentro deste contexto e saiba exatamente o que fazer para atuar de forma estratégica e assertiva, visando o bem-estar dos colaboradores e também o fluxo dos negócios.
O que é quiet quitting?
A tradução de quiet quitting é algo como desistência silenciosa. Esta tendência, que tem sido frequente no ambiente corporativo em todo o mundo, também é definida como “demissão silenciosa”, “renúncia silenciosa”, “abandono silencioso” e “desligamento silencioso”.
Ele consiste numa queda brusca do envolvimento psicológico do colaborador com as funções e cargo que desempenha. Por isso, as pessoas apenas cumprem as atribuições básicas das tarefas diárias e não investem esforço ou entusiasmo para irem além.
O fenômeno é chamado de “desistência silenciosa” porque não há um pedido formal de demissão ou uma conversa com os líderes diretos no intuito de buscar soluções. O profissional, embora busque manter o emprego, não entrega plenamente seu potencial.
Quais as causas dessa desistência?
Quando investigamos as causas desse comportamento, precisamos considerar uma série de fatores. O primeiro deles está ligado às condições de saúde mental. No Brasil, ocupamos infelizmente o 2º lugar no ranking de países com maior número de casos de Síndrome de Burnout.
Muitos profissionais, embora tenham a intenção de desempenhar um bom trabalho, se veem exaustos e com profundo receio em pedir ajuda. Por isso, na tentativa de proteger a saúde, a redução da produtividade se transforma em um recurso utilizado no cotidiano.
Outro ponto importante é a ausência de valorização. Muitos colaboradores se sentem injustiçados quando oferecem alto desempenho, mas não recebem um retorno financeiro ou simbólico desse engajamento. Por isso, após um tempo no cargo, a motivação na busca por novos objetivos e desafios diminui significativamente.
O movimento quiet quitting também está muito ligado à percepção de que o trabalho desempenhado não é relevante ou que investir tempo demais na carreira pode comprometer outras áreas da vida. Essas duas situações ocorrem devido a uma sensação de ausência de propósito, o que faz determinados cargos ou funções parecerem sem sentido.
Impactos do quiet quitting nas empresas
Certamente você já percebeu o quanto esse “abandono silencioso” pode trazer problemas para a carreira do colaborador e para o fluxo dos negócios, não é mesmo? Poderíamos citar dezenas de efeitos negativos provocados pelo quiet quitting, mas vamos focar nos principais, que são aqueles que requerem maior atenção do RH e demais lideranças.
Perda contínua de talentos
Quando não há ações assertivas frente ao quiet quitting, há elevado risco de perder grandes potenciais humanos e até mesmo de ocorrerem vários pedidos de demissão no mesmo período. Além da perda de talentos, o fenômeno do “desligamento silencioso” dificulta o processo seletivo para a substituição dos colaboradores.
Redução alarmante da produtividade
Quando falamos em produtividade, além de considerar critérios facilmente mensuráveis como metas de vendas, volume de produtos elaborados, fluxo de serviços realizados, etc., precisamos ponderar aspectos que não são mensuráveis, mas que dizem respeito ao desempenho de uma empresa, tais como proatividade, criatividade, inovação e engajamento dos times.
Clima organizacional desfavorável ao crescimento
A atmosfera de desânimo e a falta de perspectivas provocada pelo quiet quitting pode prejudicar seriamente o ambiente de trabalho, tornando o clima desfavorável e até mesmo adoecido, no qual não há motivação ou busca por desenvolvimento. Não precisamos dizer o quanto esse fator é preocupante para os resultados que a empresa almeja alcançar.
Aumento dos custos
Esse conjunto de fatores gera prejuízos contínuos no curto, médio e longo prazo. Os custos se tornam elevados por diversos motivos, sendo que o principal consiste em um ciclo de ineficiência que corrói o potencial de crescimento da empresa.
Como prevenir o quiet quitting
Provavelmente você está se perguntando o que pode ser feito para evitar ou reduzir os efeitos do quiet quitting. Nessa jornada, há ações e estratégias que geram excelentes resultados. Comentamos as principais delas a seguir.
Fortalecimento do clima e da cultura organizacional
Diante do fenômeno da “desistência silenciosa” é fundamental que os líderes fortaleçam os valores mais essenciais da empresa e busquem gerar um clima favorável ao bem-estar dos colaboradores. Isso pode ser feito ao melhorar as relações interpessoais no trabalho, realizar pausas para prevenir sobrecarga, adotar a gestão do estresse e de conflitos, implementar políticas voltadas à qualidade de vida das pessoas, etc.
Comunicação empática e eficiente
Os times de RH podem estabelecer espaços favoráveis para que os colaboradores sejam acolhidos e ouvidos com atenção. Essa comunicação pode ser interna e também realizada mediante atendimentos com psicólogos. O acompanhamento psicológico é primordial para que as pessoas recebam ajuda especializada.
Feedback constante dos líderes
Para que os colaboradores sintam seus esforços percebidos e valorizados, é fundamental que os líderes ofereçam feedback constante por meio de conversas individuais, reuniões, oportunidades de crescimento, etc. Além do envolvimento do time de RH, é preciso que gestores de outras áreas estejam comprometidos com este processo, já que estamos falando da liderança direta dos colaboradores.
Programa de benefícios diferenciado
Outro aliado poderoso para evitar o quiet quitting é manter benefícios corporativos diferenciados capazes de elevar o nível de bem-estar dos colaboradores e estimulá-los a aprender continuamente. Programas de educação e plano de saúde personalizado são exemplos de opções atrativas que contribuem para a motivação dos profissionais.
Além de saber sobre quiet quitting e trabalhar este conteúdo com seu time, veja também uma matéria especial que preparamos sobre RH Estratégico. Ela tem sido amplamente utilizada por líderes com o intuito de aprimorar as ações realizadas nesta área e gerar transformações consistentes na vida das pessoas e das empresas. Confira!