Chegamos a um ponto em que podemos refletir sobre as transformações significativas na área de Recursos Humanos. Ao longo do tempo, testemunhamos mudanças notáveis, especialmente no reconhecimento da importância estratégica desse setor para as organizações.
A evolução tecnológica tem sido um motor fundamental desse progresso, moldando como gerenciamos e abordamos as questões relacionadas às pessoas nas empresas. Diante desse contexto, surge a indagação: quais serão as próximas tendências em RH? O papel preponderante da tecnologia permanecerá no futuro deste setor?
Essas são as questões que exploraremos neste artigo. Confira!
Como foi a revolução dos Recursos Humanos nos últimos anos?
Inicialmente, o setor de Recursos Humanos foi criado para ser uma ponte entre empresa e colaborador, ocupando-se de todas as questões operacionais e burocráticas que envolviam essa comunicação. Com o passar dos anos as coisas foram mudando, mas o RH tradicional continuou sendo visto dessa forma.
Nele, os times realizavam um modelo de gestão mais voltado para as tarefas administrativas. Recrutamento e seleção, documentação dos profissionais da empresa, entendimento sobre os processos de desligamento conforme a legislação trabalhista, entre outros pontos importantes.
Esses continuam sendo tópicos essenciais no dia a dia do setor. Porém, as funções se abrangeram. Essa ampliação se deu devido às múltiplas soluções existentes no mercado. Por meio delas, há a oportunidade de automatizar tarefas, tornando o trabalho do time mais produtivo e alinhado à estratégia organizacional da empresa.
Ou seja, uma das principais mudanças do RH tradicional para o atual diz respeito à gestão de pessoas em si. Enquanto o anterior não se atentava a práticas e estratégias que trouxessem aperfeiçoamento da área, o RH de hoje busca por práticas de engajamento para melhorar o desempenho da empresa a partir da melhoria de desempenho dos colaboradores.
Como o contexto atual modifica o trabalho exercido pelos Recursos Humanos?
A seguir, conheça 2 modelos de trabalho que, sem sombra de dúvidas, devem continuar a crescer nos próximos anos.
Trabalho home office pós-pandemia
A adesão contínua ao home office como uma prática definitiva trouxe vantagens interessantes, como a flexibilidade no horário de trabalho, maior foco, e redução de custos associados aos espaços físicos. Empresas que surgiram exclusivamente em um ambiente de trabalho remoto demonstram que essa abordagem pode ser não apenas eficiente, mas também uma escolha estratégica para o futuro.
Neste contexto, a atuação do RH tornou-se estratégica para garantir a produtividade, o engajamento e a motivação dos colaboradores, considerando as mudanças duradouras nas dinâmicas de trabalho, mesmo à distância.
Em termos de recursos, o destaque vai para ferramentas que possibilitam uma comunicação eficaz, replicando a experiência das reuniões presenciais. Além disso, estabelecer e manter o contato entre lideranças e suas equipes tornou-se fundamental para apoiar os planos de ação e o desenvolvimento das atividades.
A gestão de desempenho também ganhou importância, com a necessidade contínua de aperfeiçoamento. Estratégias como feedbacks regulares, reuniões one-on-one e a definição de metas claras proporcionam oportunidades para corrigir lacunas na execução de projetos, promovendo uma maior alinhamento com os objetivos planejados.
No cenário do recrutamento e seleção, as práticas evoluíram para se adaptar à nova realidade do trabalho remoto. Ferramentas e pesquisas aprimoradas tornaram-se essenciais para atrair e contratar talentos, enquanto a admissão digital trouxe benefícios como processos mais ágeis e facilidade na gestão de documentos.
Semana de 4 dias
A semana de 4 dias, também conhecida como “four-day workweek”, representa uma alteração na jornada de trabalho tradicional de cinco dias para quatro dias, mantendo a carga horária semanal. A implementação desse modelo visa explorar a inovação, com a expectativa de melhorar a produtividade e a qualidade de vida no ambiente profissional.
Entre os benefícios associados à semana de 4 dias, destaca-se a redução de faltas e atrasos. Profissionais também ressaltam uma melhoria significativa no foco no trabalho e no desempenho das entregas. De acordo com uma pesquisa, 8 em cada 10 dos profissionais brasileiros entrevistados acredita que seria mais produtivo adotar o modelo de 4 dias.
Essa mudança, que começou a ser testada no Brasil em novembro de 2023, representa não apenas uma adaptação na carga horária, mas uma reconfiguração na abordagem tradicional do ambiente de trabalho, com o intuito de alcançar um equilíbrio entre eficiência e bem-estar no trabalho.
14 tendências em Recursos Humanos para os próximos anos
RH Ambidestro
O conceito de RH ambidestro surge como uma tendência para Recursos Humanos essencial para o setor nos próximos anos, sendo uma resposta estratégica às mudanças globais. Essa abordagem visa equilibrar a eficiência operacional atual com uma visão estratégica voltada para as oportunidades e os desafios futuros.
Líderes de RH enfrentam o desafio de adotar uma mentalidade de crescimento, promovendo eficiência, aprendizado contínuo e uma experiência centrada no colaborador. Investir na ambidestria simplifica estruturas, integra conhecimentos com inovação e cria um ambiente de trabalho dinâmico.
Essa abordagem visa superar os desafios presentes e, também, fortalece a cultura empresarial para antecipar oportunidades futuras e se destacar no mercado competitivo.
Softwares para gestão de RH
Os softwares de RH e DP já são uma realidade da área, mas a tendência para os próximos anos é que os investimentos das organizações se voltem para as ferramentas all-in-one, ou seja, “tudo em um”. Com diversas funcionalidades disponíveis em um único sistema.
O mercado, por sua vez, está se preparando para atender essa demanda, mas, caso seu setor ainda não tenha verba suficiente para toda essa reestruturação, opte por softwares com API aberta, ou seja, com possibilidade de sincronização com outros sistemas.
Este é o caso do Unico People, por exemplo, com o qual você pode passar a fazer a admissão digital de profissionais sem precisar se desfazer dos sistemas que já utiliza para outras atividades.
Portanto, abordar questões relacionadas à saúde mental é uma prioridade para o setor de Recursos Humanos nos próximos anos. Para enfrentar essa realidade, gestores, lideranças e equipes de RH devem concentrar esforços na criação de uma cultura organizacional que valorize políticas direcionadas à saúde mental e à qualidade de vida dos colaboradores.
Ações voltadas para a identificação precoce de problemas, o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e a implementação de políticas e programas de apoio psicológico tornam-se essenciais para promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
Experiência do colaborador
A experiência do colaborador, conhecida também como employee experience, refere-se a uma estratégia de gestão de pessoas que visa fortalecer a relação entre empresa e colaborador.
Proporcionar ambientes físicos e tecnológicos agradáveis, promover interações culturais e valorizar soft skills são práticas essenciais. A importância do tema está no fato de colaboradores satisfeitos atingirem melhores resultados e contribuírem para a aprendizagem organizacional.
Gestão de benefícios
A gestão de benefícios é o processo pelo qual as empresas administram medidas destinadas a proporcionar ganhos aos colaboradores, visando melhorar sua qualidade de vida no ambiente de trabalho. Oferecendo desde horários flexíveis até incentivos financeiros para o desenvolvimento profissional, a gestão de benefícios vai além dos tradicionais Vale Transporte e Plano de Saúde.
Nos próximos anos, o RH deve abraçar essa tendência, pois a motivação e felicidade dos colaboradores são diretamente ligadas aos bons resultados empresariais, como apontado por 89% das empresas em pesquisa da Robert Half.
Estratégias para retenção de talentos
Em meio à crescente movimentação de funcionários em busca de novas oportunidades, é vital que o setor de Recursos Humanos adote estratégias eficazes para reter talentos. Afinal, a perda de colaboradores gera custos e, também, implica na dissipação de conhecimento valioso.
Por isso, investir em oportunidades de desenvolvimento de habilidades atrai e retém profissionais, impulsionando a inovação e o crescimento sustentável da empresa. Estratégias como treinamentos contínuos e programas de mentoria criam um ambiente que valoriza o crescimento profissional.
Employer Branding
O Employer Branding, ou “marca do empregador”, é uma estratégia para criar uma percepção positiva da empresa como um excelente local de trabalho. Em um ambiente competitivo, essa abordagem visa atrair e reter os melhores talentos, fortalecendo a imagem da organização.
Quando bem executado, o Employer Branding resulta em equipes de alta performance, aumento da produtividade e vantagem competitiva no mercado. Em um cenário onde os candidatos pesquisam detalhes sobre empresas antes de se candidatarem, o Employer Branding torna-se crucial.
Por isso, investir nessa estratégia eleva a confiança na marca, sendo essencial para o sucesso e competitividade no mercado. O RH deve estar atento a essa tendência para construir uma marca empregadora consolidada e positiva no mercado
People Analytics
Quem trabalha na área de Recursos Humanos reconhece a importância de contar com dados para embasar estratégias. A análise de dados é essencial para compreender o panorama das equipes e identificar possíveis soluções para os desafios enfrentados. O People Analytics surge como uma ferramenta fundamental nesse contexto.
Atualmente, percebemos que o People Analytics continua desempenhando um papel crucial ao observar, de forma qualitativa e quantitativa, a situação dos colaboradores. Isso abrange não apenas dados específicos das equipes, mas também informações sobre a organização, como taxas de rotatividade, absenteísmo, produtividade e outros aspectos relevantes.
Inteligência artificial para gestão de pessoas
A tecnologia também pressupõe recursos de Inteligência Artificial (I.A) para garantir que os softwares desenvolvam o máximo de atividades possíveis sem necessidade de interferência humana.
A grande promessa para os próximos anos serão as ferramentas voltadas para o rastreamento de candidatos, apontando para os profissionais de RH aqueles que mais se adequem às vagas disponíveis na organização, assim como os que tenham bons índices de fit cultural, combinando com a política e valores da empresa.
A IA, longe de ser uma ameaça, representa uma oportunidade para liberar o potencial humano, otimizando tarefas repetitivas e burocráticas. No RH, a IA já se destaca nas rotinas admissionais, encurtando processos e aumentando eficiência. As avaliações de desempenho também se beneficiam, com ferramentas que oferecem análises rápidas.
Capacitação da liderança
Até mesmo em empresas que desenvolvem um sistema horizontal de liderança, com gestores e colaboradores no mesmo nível hierárquico e podendo levar ideias para o setor, os “chefes” continuam sendo vistos como uma figura responsável, um guia para o desenvolvimento de novas ideias, para o relato de problemas, e outros tipos de situação.
Dessa forma, é fundamental que essas lideranças estejam preparadas para ocupar esse papel e guiar os colaboradores pelo melhor caminho para atingir os objetivos da organização.
Sendo assim, outra tendência em RH para os próximos anos é que o setor seja responsável por promover ações de desenvolvimento e capacitação desses profissionais. Afinal, esse será o primeiro passo para potencializar as transformações que a empresa deseja e promover um espaço de qualidade e segurança para os demais colaboradores.
LGPD para RH
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é fundamental para o setor de Recursos Humanos, exigindo uma compreensão profunda nos próximos anos. Sua importância reside na proteção dos dados pessoais dos colaboradores, garantindo transparência, segurança e privacidade.
Estar por dentro da LGPD não apenas assegura conformidade legal, mas também impulsiona uma cultura organizacional centrada na responsabilidade e respeito aos colaboradores.
Ao compreender e aplicar esses princípios, o RH protege os dados sensíveis dos funcionários e reforça a reputação da empresa como um ambiente comprometido com a integridade e a valorização de seus talentos.
No Unico People, por exemplo, adotamos sistemas de criptografia, biometria facial e outros recursos para garantir que os dados do seu colaborador estarão seguros e somente serão acessados pelos profissionais autorizados.
Diversidade
Nos próximos anos, o setor de Recursos Humanos deve abraçar efetivamente a pauta da diversidade no ambiente de trabalho. A atenção a essa questão torna-se imperativa, especialmente diante da discrepância na presença de mulheres, população negra e Pessoas com Deficiência (PCDs), entre outros grupos vulneráveis socialmente, nos quadros empresariais.
Para enfrentar esse desafio, não basta apenas a contratação; é essencial cultivar uma crença genuína na importância da representatividade e inclusão.
Neste caso, a formação de equipes diversificadas, representando os públicos-alvo, é fundamental para desenvolver estratégias eficazes e promover mudanças substanciais na realidade empresarial, afastando-se de discursos vazios.
Gestão de oportunidades de desenvolvimento educacional
A gestão de oportunidades de desenvolvimento educacional estimula os colaboradores a buscar contínua capacitação. Iniciativas como upskilling e reskilling, que visam aprimorar as habilidades existentes e adquirir novas competências, tornam-se essenciais para manter a força de trabalho alinhada com as demandas do mercado em constante evolução.
O conceito de lifelong learning, ou aprendizado ao longo da vida, destaca a importância de um compromisso contínuo com o desenvolvimento profissional. De maneira geral, nos próximos anos, o setor de Recursos Humanos deve dedicar atenção especial a essa gestão educacional.
A rápida transformação tecnológica e as mudanças nas exigências do mercado de trabalho demandam colaboradores ágeis e adaptáveis.
Eficiência operacional
A eficiência operacional no setor de Recursos Humanos é uma tendência hoje e para os próximos anos, e a tecnologia desempenha um papel importante nesse cenário. Ao adotar soluções tecnológicas avançadas, as equipes de RH podem simplificar processos, automatizar tarefas burocráticas e otimizar a gestão de talentos.
Investir na eficiência operacional por meio da tecnologia moderniza as práticas de RH e fortalece a capacidade da equipe para enfrentar os desafios dinâmicos do ambiente corporativo. Com isso, o RH contribui significativamente para a construção de uma cultura organizacional ágil e adaptável, preparando a empresa para o futuro.
Tudo que citamos neste artigo é uma continuação do que já temos observado no setor de Recursos Humanos nos últimos anos. Por isso, esteja sempre acompanhando as mudanças que ocorrem na área para estar atualizado.
Agora, entenda como levar seu RH para o próximo nível com estratégias práticas e inovadoras! Leia nosso conteúdo sobre RH estratégico e transforme a gestão de pessoas na sua empresa.