2020 foi um ano atípico para todas as empresas, independentemente do nicho de atuação. Devido à pandemia do novo coronavírus, organizações precisaram rever as suas metas, além de o isolamento social ter impactado de maneira significativa o andamento das demandas. Nesse sentido, ao analisarmos os desafios das fintechs brasileiras para 2021, devemos levar em consideração alguns dos reflexos de tudo que ocorreu nos últimos meses.
Além disso, é preciso conhecer as principais tendências previstas para o setor, uma vez que contribuirão para que as equipes obtenham insights interessantes para se destacarem no mercado. Pensando nisso, elaboramos este material para que você fique por dentro de todos esses pontos. Continue a leitura e saiba mais!
Quais são os desafios das fintechs brasileiras em 2021?
Primeiro, respondendo à pergunta-título deste texto, vamos apresentar quais são os principais desafios previstos para as fintechs brasileiras em 2021. Veja!
Pouca inserção de tecnologia por parte da população
Quando analisamos a inserção de tecnologias para a população, devemos ser um pouco mais críticos para avaliar se de fato traz benefícios para as fintechs. Apesar de grande parte das pessoas já estar conectada — de acordo com um levantamento feito pela TIC Domicílios, cerca de 70% das pessoas conta com acesso a produtos tecnológicos e à internet — , não é o suficiente para trazer segurança ao mercado.
Afinal, grande parte dos produtos ainda contam com um preço alto, o que dificulta o acesso das pessoas aos mais variados produtos. Além disso, devemos levar em conta que a pandemia da COVID afetou grande parte da população. Nesse sentido, há um maior número de desempregados, o que muda o foco dessa parcela de público no momento de investir em um item novo.
Tomar decisões baseadas em dados
Ao abordarmos sobre os desafios das fintechs brasileiras, não podemos deixar de lado a tomada de decisões baseadas em dados. Hoje, as empresas já identificaram a necessidade de essa estratégia para definir ações mais efetivas e para ganhar maior competitividade no mercado. Porém, o modo como chegar a esse resultado e as ferramentas necessárias ainda estão entre as dificuldades observadas.
No caso das fintechs, apesar de já estarem se preocupando com essa questão — por meio do blockchain, por exemplo, existe a possibilidade de realizar transações e elaborar projetos de forma segura —, uma das principais dores está relacionada ao modo como tratar esse grande volume de dados e utilizá-los de forma estratégica.
Ao identificar os dados mais importantes para as diferentes áreas da empresa, além de encontrar as soluções certas para tratá-los, as equipes têm a oportunidade de:
contar com mais produtividade de todo o time, uma vez que as operações estarão automatizadas;
análise eficaz de relatórios produzidos para as mais diferentes estratégias;
redução de erros;
atualização das informações dos setores em tempo real;
baixo custo-benefício desse tipo de estratégia.
Marketing
Outro ponto importante relacionado aos desafios das fintechs brasileiras é o marketing. Muitas delas, ao iniciarem suas operações, começam sem ter um planejamento bem definido para adquirir novos clientes e apresentar seus principais diferenciais frente ao mercado.
Para que possa elaborar um plano que atenda às necessidades da fintech e contribuir para resultados mais promissores, existe a necessidade de:
contar com uma equipe profissional para analisar diferentes contextos;
entender quem são os seus clientes por meio de uma pesquisa de mercado;
no mesmo estudo, analisar os principais concorrentes e entender como eles se comunicam com os clientes;
definir quais são as estratégias para adotar em diferentes cenários e necessidades;
ter um cronograma de marketing bem definido, tanto para as ações de aquisição quanto para a de divulgação de novos produtos, serviços e também institucional.
Além disso, é essencial que esse departamento (mesmo que pequeno) entenda quais são as metas e objetivos, alinhados sempre às metas e objetivos globais. Entre as vantagens observadas a partir dessas ações, destacamos:
melhoria no posicionamento de marca, especialmente em contextos desafiadores;
vendas mais atrativas;
otimização dos recursos destinados a essa finalidade;
redução de erros estratégicos;
maior controle financeiro para as divulgações.
Concorrência
No plano de marketing, destacamos a necessidade de conhecer os concorrentes e o modo como se comunicam com os seus clientes. No entanto, os desafios não param por aí. Além de o Brasil já contar com um grande número de fintechs, ainda há o impacto direto ocasionado por grandes empresas financeiras, que já contam com um banco de dados estabelecido e consegue atingir diferentes tipos de público a partir de novos produtos e soluções.
Não bastasse esses grandes players próprios do mercado financeiro, ainda precisamos considerar o fato de que outras grandes marcas de setores distintos também têm se “aventurado” em soluções financeiras, o que também seria um ponto fraco para organizações que estão iniciando no setor.
Ciclo de vendas
Buscar estratégias para a redução do ciclo de vendas impacta diretamente nos resultados da empresa. Ao alcançar esse objetivo, o negócio tem a oportunidade de:
aumentar a rentabilidade da fintech;
motivar os vendedores a alcançarem os resultados pré-estabelecidos;
ganhar competitividade no mercado.
No entanto, um dos grandes desafios das fintechs brasileiras é justamente o ciclo de vendas mais longo. Existem empresas, por exemplo, que a média pode durar cerca de 3 anos. Nesse sentido, algumas estratégias são essenciais para a equipe, como:
investir na qualificação de leads — por essa razão, contar com um departamento de marketing alinhado aos objetivos do negócio é essencial para melhores resultados;
fazer nutrição de leads que não estão prontos — sempre que um lead chegar até à base, é papel também do marketing de enviar conteúdos relevantes para essas pessoas e nutri-las, de modo que se tornem mais maduras para adquirir o produto e/ou serviço;
entrar em contato com o lead em potencial o quanto antes — além disso, é indicado que tenha um departamento de pré-vendas, cujo objetivo é entrar em contato com o lead o quanto antes, entender o seu problema e avaliar o grau de maturidade;
investir no uso de tecnologia para monitorar os leads — por meio de um CRM, a equipe tem a oportunidade de monitorar continuamente as vendas e avaliar como andam as estratégias adotadas.
Investidores
É preciso destacar, ainda, sobre as dificuldades de encontrar os investidores certos para que as fintechs brasileiras possam crescer de forma considerável e alcançar os resultados almejados. Aqui, é preciso tomar um cuidado especial quanto aos objetivos dos investidores pesquisados. Muitos desejam um retorno a curto prazo. Nem sempre, isso é possível, justamente pelo ciclo de vendas mais longo e pelos objetivos estratégicos da fintech.
Para trazer melhorias ao cenário de sua empresa, algumas dicas podem ser seguidas. Entre elas, destacamos:
conhecer quais são os tipos de investidores existentes e qual é o perfil que melhor se encaixa ao tipo de sua empresa;
analisar quais são os objetivos daquele investidor (lembre-se: o ideal é que ele não busque por um retorno financeiro a curto prazo);
contar com um discurso na ponta da língua para “vender” a sua empresa e a sua ideia; entre outros.
Mão de obra
A falta de mão de obra qualificada é um desafio que atinge todos os setores, inclusive o de fintech. Especialmente se considerarmos alguns ramos do trabalho, como o de desenvolvedores, a desvalorização do real e a possibilidade de home office tem feito com que os profissionais busquem oportunidades em outros países, o que aumenta ainda mais a dificuldade de encontrar pessoas qualificadas.
Porém, as fintechs podem usar esse contexto ao seu favor. Da mesma forma que o trabalho remoto leva profissionais para empresas do exterior, também abre possibilidades para as organizações nacionais encontrarem colaboradores de onde quer que seja, sem que haja uma barreira geográfica.
Por essa razão, tenha um processo seletivo com regras bem alinhadas, além de contar com uma equipe que vai priorizar a cultura do negócio no momento da contratação – sem esquecer de oferecer salários competitivos com o mercado.
Quais as tendências considerar para 2021?
Agora que já sabemos sobre os desafios das fintechs brasileiras para 2021, vamos apresentar de forma breve algumas das tendências para este ano. Confira!
Pix
O Pix foi lançado há apenas 2 meses, mas já vem revolucionando o setor. De acordo com o Banco Central, até o momento, a solução foi utilizada por cerca de 44 milhões de pessoas e 3 milhões de empresas, acima das expectativas.
Nesse sentido, ao avaliarmos as tendências para as fintechs, não podemos deixar essa ferramenta de lado. Afinal, ela vai impactar de forma direta outras formas de pagamento, como as maquininhas de cartão, que começarão a cobrar taxas mais competitivas.
Especialmente empresas do mercado financeiro, é preciso buscar oferecer um valor ainda maior aos clientes, se reinventando de forma contínua.
Open banking
Além disso, devemos o open finance. Conforme abordamos, grandes empresas de nichos diferentes têm apostado nas soluções financeiras para atrair outra parcela de público. É justamente esse o significado de open finance, no qual as organizações podem oferecer esses produtos desde que se baseiam nas regras estipuladas.
Porém, traz ganhos também para as fintechs. Afinal, é uma abertura para que elas tenham acessos ao grande banco de dados que instituições bancárias hoje usufruem. Consequentemente, há uma expansão do mercado, que vai gerar maior competitividade, entrada de novos players, novos produtos, novos serviços e inovação para o setor.
Neste material, você pôde conhecer alguns dos desafios das fintechs brasileiras para 2021, além de conferir algumas das tendências que devemos levar em consideração. Além desses pontos mencionados, a biometria facial também se destaca. Afinal, é preciso que as empresas busquem de forma contínua aumentar a segurança das negociações, o que reduzirá a inadimplência e aumentará a credibilidade do negócio perante os clientes.