Na Black Friday, plataformas de PIX e Instagram devem ser as mais afetadas por fraudes

27/12/2022 3 min de leitura

Tendência é ocorrer mais golpes via PIX e links patrocinados do Instagram, afirma pesquisador e especialista em fraudes cibernéticas da Unico, empresa líder em identidade digital no Brasil. 

Em muitos marketplaces, novas lojas fantasmas já estão ativas e há um grande risco de ocorrer o “account take over”, quando fraudadores assumem dados e realizam compras em nome do usuário. Confira dicas para não cair em nenhuma “Black Fraude”:

A Black Friday é um momento especial no comércio, no qual os varejistas presenteiam seus consumidores com os melhores descontos do ano todo. Ocorre só em novembro, mas os fraudadores começam a agir muito antes. Na outra ponta, esse também é o momento em que empresas de tecnologia fortalecem seus processos para proteger os clientes contra fraudes. 

“Nesse período, há uma atipicidade de comportamento do consumidor, pois ele compra produtos que não estão dentro do padrão de compras que costuma realizar. Esse panorama acaba favorecendo o aparecimento de mais fraudes. Em marketplaces, por exemplo, aumenta o surgimento de lojas fantasmas, ao mesmo tempo que golpes de phishing por e-mail ou por links patrocinados também ocorrem para capturar dados dos consumidores”, comenta Guilherme Bacellar, pesquisador de cibersegurança e fraudes da Unico.

E não para por aí. Tem criação de novos cartões de créditos por meio de uma conta laranja, lojas online fantasmas e sites falsos, envio de e-mails e mensagens no Whatsapp com links maliciosos para realização de cadastros. Todas essas e outras ações aumentam na época promocional com intuito de furtar os dados de milhares de usuários.

Na Black Friday de 2021, o Unico Check, solução desenvolvida pela Unico para autenticação de identidade, validou mais de 13 mil cadastros e evitou 148 mil fraudes, o que representa cerca de R$ 52 milhões em prejuízos evitados para as empresas que são clientes. A solução tem um ecossistema forte de score de autenticação, incluindo token biométrico e prova de vida com interação. A expectativa do mercado para a Black Friday deste ano é que as tentativas de fraudes aumentem.

“Pelo lado das instituições bancárias, principalmente das empresas de varejo, é um momento de alerta para prevenção de fraudes, mas também é um momento de vendas. Por isso, é importante ficar alerta a alguns comportamentos que começam a surgir, como a emissão de cartão de crédito, solicitação de empréstimos ou crédito, troca de senha do usuário. Precisamos entender que, hoje, a fraude acontece em duas pontas, com quem compra e quem vende. Os perfis falsos e contas falsas que vão atuar na Black Friday começaram a aparecer desde setembro, pelo menos, flertando aos poucos com o consumidor por meio das ofertas”, acrescenta Bacellar.

Para os marketplaces, um dos grandes desafios é como controlar um vendedor e saber que ele é laranja, pois ele pode ser uma S.A., uma Ltda ou um CPF. “É nesse aspecto que a tecnologia precisa autenticar e garantir que esse vendedor seja legítimo. E a biometria facial é hoje uma das mais eficazes”, alerta Guilherme.

PIX

Prestes a completar dois anos, o método de pagamento instantâneo já é o mais utilizado entre os brasileiros. Segundo os últimos dados do Banco Central, em julho de 2022, as chaves ativas PIX ultrapassaram 478 milhões, mais que o dobro da população brasileira. O número de transações, naquele mês, chegou a dois trilhões, movimentando mais de R$ 930 bilhões.

Para a Black Friday de 2022, o pesquisador da Unico, Guilherme Bacellar, faz um importante alerta aos consumidores: “neste ano, o PIX vai permitir o surgimento de novas modalidades de fraudes ainda não utilizadas, aproveitando a velocidade que o dinheiro corre. Veremos fraudadores agindo nas duas pontas, acessando contas dos consumidores e, ao mesmo tempo, criando lojas. 

O consumidor precisa ficar atento aos links que clica e também em lojas com número de vendas inferior a mil produtos. Podemos ver também muitos sites que “enganam consumidores gerando um erro de pagamento no cartão para oferecer o pagamento via PIX, por meio de QR Code. O consumidor pode cair e nunca ver a cor do produto”, comenta Bacellar. 

Dicas para não cair na “Black Fraude”:

Consumidores

  1. Desconfie de e-mails de ofertas de varejistas. Antes de clicar em links, vá até o site oficial ou aplicativo ver se a oferta é verdadeira;
  2. Links patrocinados ou links de promoções via Whatsapp podem conter armadilhas. Prefira sempre acessar o site oficial;
  3. Desconfie de promoções com preços muito abaixo do normal. Uma televisão de R$ 3 mil jamais será vendida por R$ 1 mil;
  4. Não utilize senhas simples ou que tenham seu nome, utilize um gerenciador de senhas, para gerar senhas mais seguras e guardá-las. É uma das maneiras de proteger seus dados.

Empresas

  1. Tenha um controle mais rigoroso na abertura de contas e cadastro de novos vendedores;
  2. Aposte na biometria facial para autenticar documentos e pessoas;
  3. Se sua empresa trabalha com o sistema de “Clique e Retire”, utilize biometria facial para garantir a titularidade da compra e simplificar a jornada do seu cliente no momento da retirada da mercadoria;
  4. O processo de troca de senha é muito utilizado durante este período, pois nem todos seus clientes lembrarão a senha que utilizaram em seu cadastro. Esse fluxo normalmente gera muita fricção (e-mail, código via sms ou mesmo central de atendimento) e a biometria facial pode ser uma alternativa mais simples e eficaz para que o usuário não desista da compra.

Seguindo as dicas, boas vendas e boas compras.