Empresas com maturidade digital lucram mais e gastam menos

01/12/2022 2 min de leitura

Com a tendência de empresas operarem cada vez mais em ecossistemas integrados digitalmente a outros players, clientes e demais stakeholders, fica uma pergunta: a definição atual de Web 3.0 difere da concepção anterior dela porque ela depende de modelos de confiança? Como estabelecer uma arquitetura digital que construa essa confiança em cada processo?

O filósofo e economista político Francis Fukuyama descreveu que a confiança é “a commodity mais importante na determinação do destino de uma sociedade”. Desde sempre ela é crítica para a continuidade dos negócios. Mas sua importância aumenta, à medida em que o mundo se digitaliza e novas tecnologias aparecem, aliadas à crescente complexidade dos dilemas contemporâneos.

Durante o Summit de Identidade Digital realizado pela IDtech Unico, Marcos Aguiar, sócio sênior e diretor do The Boston Consulting Group, revelou como a evolução da internet e da rede mundial de computadores foram fatores cruciais para compreensão de como a tecnologia transforma as relações humanas.

“Um estudo recente nosso revelou que as empresas mais confiáveis geram 2,5 vezes maior valor econômico aos acionistas do que índices de referência do mercado. Isso mostra que, na prática, a confiança digital gera valor e a internet reduz custos de transação para empresas. Tanto que empresas estão migrando para a Web 3.0, baseada na realidade virtual 3D, nas criptomoedas e em tecnologias como o blockchain”, explica o executivo.

O tripé do 5G, IoT e Web 3.0 vai exponenciar a segurança e a confiança na Identidade Digital e autenticação, que se refletiu em produtos como tokens e o próprio PIX para democratização do acesso. Para Bruna Santos, diretoria de Inovação da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), ainda há um teto de vidro para esta colaboração. “Poder e recursos devem ser compartilhados. Tenho esperança de que o governo desenvolva tecnologias estruturantes, que seja corajoso, apesar de hoje o mundo digital e físico ainda não terem a mesma linguagem. Um bom exemplo do que já temos hoje no Brasil é o Pix, mas ainda há muito a avançarmos”, afirma.

Já Anderson Nascimento, professor na Universidade de Washington, explicou que a sociedade está construindo essa confiança com as novas tecnologias e que a criptografia não é o futuro, mas sim o presente da Identidade Digital e da Web 3.0. “Desde as tecnologias mais simples como a assinatura digital e as senhas até as mais complexas, que são baseadas na criptografia é preciso ter o fator humano. Uma analogia fácil é como proteger a casa; a criptografia seria a fechadura. Por isso, precisamos de mais especialistas em criptografia para estar cada vez mais perto de uma sociedade justa e democrática”, conclui.

Isso significa que maiores oportunidades são frequentemente encontradas no surgimento de tecnologias novas e disruptivas. Por isso, empresas que tenham um investimento direto em protocolos de blockchain, por meio de criptografia, estão caminhando para começar a participar do crescimento da Web 3.0.

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