Aumento da demanda reforça preocupação com segurança no transporte de carga

01/12/2022 3 min de leitura

Eventos como a Copa do Mundo e a Black Friday atraem a atenção dos ladrões de mercadorias; tecnologia ajuda na prevenção

A segurança nas estradas volta a ser o foco das empresas do setor de transporte de cargas. Elas já se preparam para o aumento de demanda no final do ano, com Black Friday, Natal e Ano-Novo – datas comemorativas que representam alta de vendas para indústria e comércio no País. Nesse cenário, entra ainda a Copa do Mundo do Catar. Com mais entregas previstas, muitas com alto valor agregado, a saída é buscar medidas para evitar roubos de mercadorias.

O Brasil tem uma frota estimada em 2,5 milhões de veículos distribuídos em cerca de 266 mil empresas, 847 mil transportadores autônomos e 519 cooperativas de transporte rodoviário.

Somente em 2021, o segmento sofreu com 14.400 ocorrências de roubos de cargas. A previsão é de que o número se repita em 2022. O prejuízo soma R$ 1,3 bilhão ao setor. As perdas sobem para R$ 2,3 bilhões se forem acrescidos à conta os veículos roubados durante a ação dos bandidos. Os dados são da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).

“Os veículos de carga são um atrativo para o criminoso por conta do volume e da mercadoria que transportam. Por outro lado, temos uma resposta ainda insuficiente dos organismos de segurança”, explica o assessor de segurança da NTC&Logística, coronel Paulo Roberto de Souza.

Suporte tecnológico

Com expectativa de um incremento na ordem de 70% no número de contratos durante o período de festas, o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos e Bens (Sindicam), por exemplo, destaca a segurança como um pilar fundamental para garantir a qualidade das entregas.

Por conta disso, a tecnologia virou um dos sinônimos de segurança para quem vive do transporte de cargas. “A gente cruzaria as estradas do País com mais tranquilidade se houvesse mais fiscalização e fosse utilizada mais tecnologia nos pontos de paradas, além das estradas. Melhoraria muito a segurança do caminhoneiro”, diz o presidente do Sindicam, Luciano Santos.

Para o assessor de segurança da NTC&Logística, atualmente, é impensável fazer uma operação de transporte sem o uso de tecnologia. A biometria facial entra nesse cenário. A solução tem sido uma das apostas para ajudar a enfrentar a criminalidade que atua nas estradas e nas cidades.

“É uma solução excelente. O motorista nem para. Só coloca o rosto para fora e o leitor já reconhece a identidade dele. Vi isso no porto de Israel. Tem uma eficácia muito grande. Todas as tecnologias de segurança, quando bem aplicadas, são excelentes”, diz Souza.

Semelhante aos bancos

Aqui no Brasil, empresas do setor já atuam com essa tecnologia para garantir a segurança. Inspirado no setor bancário, o modelo de biometria facial adotado pelo segmento de transporte traz eficiência e segurança.

“O processo de identificação dos motoristas e veículos, o rastreamento e o controle das rotas são essenciais para tornar o TRC mais seguro. A tecnologia de biometria facial, muito usada no mercado financeiro, é uma das soluções que reduz consideravelmente a atuação de fraudadores no setor”, explica Sílvia
Andrade, diretora de parcerias da Unico, empresa pioneira em soluções de identidade digital no Brasil.

No segmento de logística, a tecnologia do Unico Check pode autenticar, logo no início, a identidade do motorista com uma precisão de 99,9%, diminuindo o número de fraudes de identidade.

“O uso da tecnologia na logística não só auxilia na redução de roubos, mas também em todo o processo de controle da carga, uma vez que o motorista pode se identificar no recebimento da mercadoria e na entrega, além de ter toda a gestão de documentos e notas fiscais digitais para controle”, completa Andrade.

Eficiência

Só para se ter uma ideia, no primeiro semestre de 2022, a solução autenticou mais de 100 milhões de transações e já freou mais de 2 milhões de tentativas de fraudes em diversos setores.

“A tecnologia de biometria facial identifica e mapeia uma série de pontos biométricos no rosto de uma pessoa, gerando uma sequência numérica única para cada indivíduo. Essa sequência é, então, confrontada com a base da Unico, que retorna com a probabilidade de a pessoa ser ela mesma ou alguém se passando por ela”, explica Andrade.

A solução da Unico já vem sendo adotada pela Fretebras, maior plataforma de fretes da América Latina. A empresa, que atua como conexão entre quem tem e quem leva a carga, está investindo em novas soluções, como a biometria facial, para segurança de seus usuários.

Há cerca de dois meses utilizando a tecnologia, a Fretebras já autenticou mais de 260 mil usuários. “Ganhamos em agilidade e em segurança. A biometria facial permitiu que a autenticação de identidade do caminhoneiro fosse feita de forma simples e efetiva. Com apenas uma foto, vamos reduzir o número de fraudes e proteger, ainda mais, nossos clientes e parceiros”, comenta Michael Bogajo, Head de Risco e Prevenção à Fraude da Fretebras.

*Conteúdo publicado em parceria com o Estadão. Sua reprodução em veículos de comunicação é permitida.