Alta no mercado de assinatura digital mostra esforço mundial contra a burocracia

01/12/2022 3 min de leitura

O indicador de burocracia do Brasil subiu 36% no último ano: o dado consta do anuário World Competitiveness Yearbook 2022, elaborado pelo instituto suíço IMD, uma das escolas de administração mais respeitadas no mundo. Publicado desde 1989, o anuário mostra que numa lista de 63 países o Brasil fica em 59° lugar em competitividade, à frente apenas de África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela – graças à burocracia e também a outros fatores. O primeiro lugar é da Dinamarca.

Apesar da tendência e do indicador, o Brasil vem superando há décadas os obstáculos da burocracia, tendo inclusive criado no passado um Ministério da Desburocratização. A burocracia é definida como um modelo de organização considerado ideal por vários pensadores, entre os quais Max Weber. No entanto, a má utilização de suas funções a transforma num empecilho que prejudica a competitividade e o desenvolvimento de países e empresas.

No mundo inteiro, os problemas burocráticos vêm sendo resolvidos com a reconstrução e digitalização de processos, nos quais a assinatura digital é um dos componentes mais importantes por causa de algumas vantagens como:

• Redução de esforço e custos com emissão (ou impressão) e guarda de documentos
• Eliminação de custos com a logística de documentos
• Controle sobre assinaturas e completude de processos
• Eliminação de riscos jurídicos com ausência de formalização e perda de material
• Experiência 100% digital
• Gerenciamento inteligente dos documentos, com rápida consulta e atualização

Essa transformação ganhou força especialmente durante a pandemia de Covid-19, quando as pessoas foram forçadas a se proteger ficando em casa e precisavam assinar documentos remotamente. Desde então, soluções de RH digital, por exemplo, combinadas com as de assinatura eletrônica, umas das formas de assinatura realizada no ambiente digital, possibilitaram todo o processamento remoto da contratação de funcionários, além da própria assinatura dos contratos de trabalho e outros documentos do RH. Só no primeiro semestre de 2022, a Unico, empresa que desenvolveu e comercializa soluções desses dois tipos, já processou 180 mil admissões confirmadas com a assinatura eletrônica de cada um dos funcionários contratados.

Um dos resultados dessa tendência é que o uso da assinatura digital deu um salto extraordinário em todo o mundo: o mercado mundial para ela está crescendo 31% ao ano desde 2020 e deve alcançar US$ 15,1 bilhões em 2027, diz relatório da consultoria 360iResearch publicado em abril deste ano.

Os números são elevados por uma razão clara: ainda existem muitos setores, inclusive no Brasil, nos quais o desenvolvimento pode ser acelerado por soluções que superem a burocracia. Um deles é o do comércio de veículos. Só em 2021, foram comercializados no país cerca de 3,5 milhões de veículos novos e 15 milhões de usados segundo dados respectivamente da Fenabrave e da Fenauto. Para qualquer transação, as revendas precisavam reunir documentos das mercadorias, como também os de compradores, vendedores e suas assinaturas – tudo em papel – antes de concluir uma transação. Hoje, a demanda continua, porém soluções como o Unico Auto agora permitem que compradores e vendedores participem de todo o processo sem se deslocar, finalizando a transação com a assinatura digital.

É grande o volume de burocracia que também poderá ser superado pela digitalização de processos no setor de saúde: só em 2020, os aproximadamente 50 milhões de brasileiros que utilizam planos de saúde fizeram 1,3 bilhão de consultas, exames, terapias, cirurgias e procedimentos odontológicos segundo o Mapa Assistencial 2020 da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Cada um deles autorizado no mínimo por uma assinatura de caneta em documento de papel.

“Com a assinatura eletrônica, por exemplo, além de diminuir os custos com a gestão de documentos em papel, o setor investe na experiência de pacientes, acompanhantes e na redução de tempo de espera. Além da permanência em clínicas e hospitais”, afirma José Restrepo, diretor de Marketing de Produto na Unico.

*Conteúdo publicado em parceria com o Estadão. Sua reprodução em veículos de comunicação é permitida.